Caminhão-baú que servia de alojamento para trabalhador da construção é interditado, após denúncia do sindicato

O Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) interditou na manhã desta terça-feira, 24 de abril, um caminhão-baú que vinha servindo de alojamento para oito trabalhadores que atuam na reforma de um posto de combustível, localizado na avenida Independência, próximo à avenida Luciano Guidotti. A interdição foi feita após denúncia feita pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Piracicaba. De acordo com Milton Costa, Presidente do Sindicato, a empresa Peruso Construções e Montagem Industrial, que expôs os trabalhadores a esta situação, “é reincidente”, uma vez que no final do ano passado também teve um caminhão interditado pelo mesmo motivo, em uma obra na avenida Armando Salles Oliveira, cruzamento com a Saldanha Marinho.

O presidente do sindicato diz que vai encaminhar o caso ao Ministério Público do Trabalho, para previdência. O sindicato também vai levar a situação dos trabalhadores à Vigilância Sanitária, uma vez que a empresa chegou a alegar que os trabalhadores estavam alojados em uma pousada na rua Benjamin Constant, que, na prática, é “uma casa que tem sido utilizada para prostituição”. No caminhão-baú, o Cerest encontrou camas, além de sapatos, roupas, entre outros pertences dos trabalhadores. “A empresa está buscando um subterfúgio para tentar se livrar da ação do Cerest, mas na pousada não é possível o trabalhador deixar suas roupas, já que se trata de uma local para prostituição”, disse Milton Costa.

Para o presidente do sindicato, o caso é grave e revela a total falta de compromisso da empresa para com os trabalhadores. “Apenas estamos buscando fazer com que seja cumprida a NR-18, que estabelece alojamento digno para o trabalhador da construção civil. Caminhão-baú não pode ser usado como dormitório”, completa Milton Costa.

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