Conespi denuncia 14 acidentes de trabalho por dia na cidade e 60 mortes nos últimos seis anos

Manifestação percorreu ruas centrais e teve ato público contra reforma da Previdência

Em manifestação nesta manhã de sexta-feira, 26 de abril, o Conespi (Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba) denunciou o registro de 14 acidentes de trabalho diariamente em Piracicaba ao longo do ano passado e seis mortes, sendo 60 nos últimos seis anos. A manifestação que teve passeata pelas ruas centrais de Piracicaba e ato público em frente à agência da Previdência Social, na rua XV de Novembro, teve como principal objetivo marcar o “Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho”, comemorado em 28 de abril, e denunciar que a cidade registrou 5.170 acidentes registrados de trabalho no ano passado e intensificar a mobilização da população contra a reforma da Previdência Social, conforme o presidente do Conespi, Wagner da Silveira, o Juca dos Metalúrgicos.

Carregando faixas e cartazes, dirigentes sindicais ligados ao Conespi partiram do Largo do Mercado Municipal e percorreram as ruas Governador Pedro de Toledo, passaram pela Moraes Barros e Benjamin Constant, entraram na XV de Novembro e realizaram ato público em frente à Agência da Previdência Social. Durante todo percurso, dirigentes sindicais se revezaram ao microfone de carros de som para denunciar os acidentes de trabalho, enquanto outros distribuíam material informativo à população apontando que os acidentes de trabalho custaram à Previdência Social no período dos anos de 2012 a 2017 R$ 26 bilhões. “Saímos de casa para trabalhar, não para morrer. Se fosse acidentes de trânsito, seria destacado diariamente na imprensa e teríamos muito mais campanhas de prevenção”, disse o primeiro vice-presidente do Conespi, José Antonio Fernandes Paiva. De acordo com o segundo vice-presidente do Conespi, Milton Costa, só não há mais acidentes de trabalho em Piracicaba em função do forte trabalho desenvolvido pelos sindicatos de trabalhadores, que cobram medidas de proteção, tanto que em 2013 foram computados na cidade 10.828 acidentes, com 10 mortes, enquanto que em 2014 foram registrados 10.344 acidentes. Já em 2015 foram contabilizados um total de 8.779 e em 2016 foram computados 7760, enquanto que no ano de 2017 um montante de 7.436 acidentes de trabalho, conforme dados do Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador).

Durante a manifestação, os dirigentes também criticaram fortemente a proposta de reforma da Previdência Social, que está em tramitação no Congresso Nacional. Para o presidente do Conespi, a reforma da Previdência não é a solução, não vai gerar empregos que o país tanto precisa, uma vez que mais de 13 milhões estão desempregados, mas sim a implementação de uma política de desenvolvimento, que gere empregos. “Esta reforma, com certeza, será o fim da Previdência Pública no País e atingirá a todos, tanto os que estão na ativa como os aposentados”, destacou.

Wagner da Silveira também destacou que “os sindicatos saem as ruas justamente para denunciar mais este ataque aos trabalhadores e que o único instrumento que cada categoria tem para defender os seus interesses são os sindicatos. Anualmente negociamos as convenções coletivas e aí que asseguramos os benefícios que cada trabalhador recebe, nada é dado pelas empresas, mas sim conquistado pelos trabalhadores através dos seus sindicatos”, completou, pedindo o apoio de todos os trabalhadores tanto na luta pela implementação de novas medidas de proteção para garantir trabalho seguro como para barrar as medidas colocadas na reforma da Previdência que deixará toda sociedade brasileira mais pobre.

Vanderlei Zampaulo – MTb-20.124

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